sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O discurso do PR no 5/outubro 2011 : expectativas !

Sua Excelência o Sr. Presidente da República falou e disse:

1 - que era necessária e indispensável a disciplina orçamental!

Esperamos então que repreenda criminalmente quem provocou esses défices colossais, os quais estão a provocar medidas de austeridade, até ver, incidentes apenas sobre os trabalhadores e reformados (+ IRS), e sobre os consumidores (+ IVA)

É que como sabemos e o Sr. Presidente também o sabe, o buraco financeiro fraudulento  do BPN de 4,5 mil milhões de euros, mais o buraco  financeiro da Madeira de 6,3 mil milhões, provocaram por si só um buraco financeiro de 10,8 mil milhões de euros, ou seja atiram o défice orçamental para os 8,3%.

Se esses dois buracos não existissem, o défice orçamental estaria na casa dos 4%, e portanto evitar-se-iam as tais medidas de austeridade (saque do subsídio de natal, +IRS +IVA) que estão a provocar uma redução  drástica do consumo, e estão a atirar a economia para o fundo, pois estão a implicar a falência de inúmeras PMEs que produzem para o mercado interno (substituindo importações), e logo a  causarem maior desemprego e maior miséria social.

Uma vez que tanto no caso do BPN, como no caso da Madeira, esses buracos foram praticados por destacados militantes do PSD, que é o partido do Sr. Presidente e do 1º Ministro, esperamos então que esses militantes sejam chamados "à pedra", o que ainda não aconteceu!


Mas o Sr. Presidente também disse:

2 - que ou o Governo incentiva o crescimento económico, ou ficaremos numa situação posterior pior do que a actual, ou seja, necessitaremos de um novo resgate financeiro, que implicará mais medidas de austeridade (dito de uma forma mais simples, far-nos-á  entrar no regime do "holocausto à Grega")!

Pois bem, como até hoje só verificamos que as medidas de política económica do Governo, provocam exactamente o contrário daquilo que o Sr. Presidente considera adequado, isto é, provocaram, e de forma deliberada, maior recessão económica e mais desemprego, deixando-nos de facto em pior situação económica do que a que tinhamos antes dessas medidas de austeridade, espera-se que o Sr. Presidente, obrigue o Sr. 1º Ministro, que é do seu partido político, a infletir a política económica que vem desgraçando a economia e a população portuguesa.

Isto é, esperamos que o Sr. Presidente obrigue o Governo (suportado pelo seu partido) a tomar medidas que acabem de vez com o desperdício dos dinheiros públicos, que corra de uma vez por todas com a clientela partidária que inunda o aparelho de estado central e autárquico, que acabe com os pseudo institutos públicos,  fundações e empresas municipais fantasma, que só servem para gastar milhões á custa dos nossos impostos.

E já estranhamos que o Sr. Presidente da República tenha tido os olhos fechados às centenas de nomeações de "baronetes"para os gabinetes ministeriais, e aos milhares de contratos de obras públicas já adjudicados por este Governo, sem qualquer concurso público.

Mas o Sr. Presidente da República depois do que disse não pode então permitir: 

  - que o Governo continue a promover o livre despedimento dos trabalhadores, ainda por cima a querer que os mesmos vão para casa, com uma mão à frente e outra atrás!;
    - que o Governo pense sequer em continuar a aumentar mais o IRS e o IVA sobre produtos essenciais, sob pena de afinal estar a ser cúmplice do Governo em agravar as falências das PMEs, o desemprego e a recessão económica;
    - que o Governo entregue ao capital privado e estrangeiro mesmo ao "preço de um euro", as empresas públicas mais rentáveis da economia portuguesa; 
  - que o Governo aliene ao capital privado e estrangeiro, recursos que integram a soberania nacional, como é o caso das Àguas, da REN e dos CTT.

Ora sabendo nós, que o 1º Ministro, sabe muito bem que está a arrastar a economia portuguesa para o abismo, mas insiste, e que até já fala num 2º resgate financeiro para o país, perguntamos ao Sr. presidente da República quando pensa pôr fim a esta intolerável situação?

É que de nada nos serve vir o Sr. Presidente mais tarde:

  - depois de já estarmos com a economia no fundo;
   - de mais uns milhares de PMEs terem ido parar à falência ou insolvência;
   - de o desemprego atingir mais de um milhão de cidadãos;
   - de a maior parte da população estar já a alimentar-se à base da "sopa dos pobres" e sem meios para sequer tratar da sua saúde e educação;
    - e de estarmos já sem a soberania das mais rentáveis empresas públicas, mas então empresas privadas;
    - de já nem sequer termos poder de compra para bebermos a água que então já não será nossa;

que bem tinha avisado com a devida antecedência!

Não Sr. Presidente, ou intervém de facto:

    -para que seja operada a reforma do aparelho de estado que de uma vez por todas acabe com o desperdício dos dinheiros públicos e do clientelismo partidário;
    -para que sejam adoptadas medidas de política económica, que não só favoreçam as exportações, mas também as PMEs que produzem para o mercado interno, as quais sem poder de compra dos cidadãos irão fatalmenta à falência;

ou então,

  - o Sr Presidente  será não apenas acusado de ser o "pai do monstro" que conduziu no passado recente à extinção da nossa agricultura e pesca de subsistência;
  - mas também será acusado como sendo o o "monstro" que permitiu conduzir à extinção dos sectores produtivos que evitavam agora,  as importações de muitos produtos  produzidos internamente;
  - e será ainda acusado de cúmplice efectivo por ter permitido que este Governo tenha conduzido os portugueses a verterem lágrimas de sangue!   

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