domingo, 11 de março de 2012

UE À DERIVA OU CARAVELA HERDADA DO INFANTE D. HENRIQUE ?


  • Estamos nós portugueses,  sujeitos a uma política económico-financeira, imposta do exterior  (a TROIKA) , a qual nos vem arrastando sem dó nem piedade para uma recessão económica e para uma miséria social crescentes, já que (até agora) assentou fundamentalmente na tomada de medidas que nos reduzem os rendimentos  (retirada dos subsídios de férias e de Natal, que eram parte integrante do miserável salário português), e que nos sobem os impostos (IRS e IVA) indutores igualmente de menores rendimentos e de menor poder de compra.
  • Como é óbvio as empresas  que produzem para o mercado interno (nas quais se incluem as PME que produzem bens de substituição de importações) não conseguem vender as suas produções, acumulam stocks e tendem a paralisar a sua produção.
  • Esta situação já se vem prolongando à tempo demais, e como resultado as empresas, na impossibilidade de trabalharem aos seus níveis potenciais de produção, promovem despedimentos colectivos (despedimentos às centenas e milhares de trabalhadores ), e as PME ficam na fronteira da insolvência, arrastando consigo milhares de famílias, as quias começam a ficar sem saber o que fazer aos seus filhos (ex-estudantes universitários), às suas casas (entregues à Banca), e em suma ao seu futuro (não há mesmo emprego para ninguém), pois esta política de austeridade implica o desinvestimento, que é precisamente o contrário do que o país precisava para sair do atoleiro em que foi colocado pela TROIKA e pelos seus funcionários, vulgo "goverrnantes" portugueses.
  • A UE está a atravessar não uma, mas várias crises: financeira (o problema da dívida soberana, e dos défices orçamentais); económica (está em estagnação económica, com riscos de cair na recessão económica); política (ou avança para a UEE, ou avança para o desmembrar da zona euro, e não faz nem uma coisa nem outra); e uma grande crise social, plasmada em cerca de 30 000 000 de desempregados (trinta milhões de adultos no desemprego, e sem solução à vista).
  • Neste contexto sistémico de terror social ensurdecedor, que opções podemos tomar para sairmos da crise?
  • Ao nível da UE, o único caminho dissuasor do desmembramento europeu (e não só da zona euro) será o dar um passo em frente: o federalismo europeu, com a constituição dos Estados Unidos da Europa. O simples anunciar dessa bandeira, seria porventura suficiente para dar uma valente sapatada na crise ao nível da UE!
  • Ao nível do nosso país, temos duas vias: continuar com esta política suicida de austeridade, promotora da falência sucessiva e crescente de PME e de famílias, com uma luz ao fundo do túnel chamado holocausto grego (e claro, sem dúvida alguma, e nem o  hiper mentiroso Passos Coelho já vai conseguindo calar: um segundo resgate financeiro da TROIKA), ou fazemos as "malas", e aproveitamos para saltar da zona euro, à boleia da Grécia, e com perdão total da dívida soberana (afinal foram os donos da dívida soberana que nos colocaram na miséria económica e social!).
  • Claro que se os ventos mudassem, se a Alemanha começasse a apanhar com o "efeito boomerang" das políticas de austeridade impostas aos desgraçados dos países periféricos, poderia ser que a UE, finalmente, se decidisse avançar para a UEUE, e aí sim, seria preferível (se nos deixarem) continuar na zona euro - afinal perdoarem-nos a dívida soberana por sairmos seria igual a perdoarem-nos a dívida soberana para continuarmos, mas só na situação da bandeira dos UEUE -União dos Estados  Unidos da Europa , união porque até ver não estão sequer unidos!).
  • É fundamental que Portugal, Espanha, e Itália e a França (sem Sarkozi seria o ideal) cerrem fileiras, e imponham à actual UE a futuro UEUE. Espanha já deu alguns sinais de inteligência ao assumir que dá prioridade
    à viabilidade da sua economia e à viabilidade das suas famílias e cidadãos, em detrimento da loucura proclamada de redução imediata do défice "custe o que custar"!
  • E o que estamos fazendo ?
  • Pois exactamente o contrário daquilo que deveria ser feito: continuamos na política suicida de redução do défice orçamental a toda a velocidade e "custe o que custar" (às PME e às famílias que são colocadas no abismo da insolvência e do desemprego) ,  o (des) Governo do PSD/CDS coloca-se na posição de cócoras perante as exigências de mais austeridade exigida pela TROIKA, e conduz-nos como asnos, para o holocausto grego sem tirar nem pôr, a caminho do 2º resgate, e a caminho do enterro das PME que produziam bens de substituição de importações.
  • E o Presidente o que faz?
  • Torna-se um cúmplice (resmungão, mas cúmplice) deste Governo PSD/CDS que nos está a atirar para a ruína, e nem se atreve a enviar para o Tribunal Constitucional as medidas governamentais arbitrárias e totalitárias, de redução dos rendimentos dos trabalhadores e reformados, e nem ousa sequer invocar que a UE tem obrigatoriamente de abraçar o federalismo, se não que desmembrar-se como um baralho de cartas a caírem anarquicamente na fogueira   ateada pela Alemanha, e já sem controlo das suas labaredas!
  • Parece que o único raio de lucidez vem do actual líder do PS António  José Seguro, o qual não só tem invectivado o desastre económico-social provocado pelo "custe o que custar" deste patético Governo PSD/CDS (o qual já não sabe o que fazer, pois está a começar a sentir o efeito "boomerang" da redução das receitas fiscais provocada pela austeridade a que imbecilmente está a sujeitar a economia do país) , como ainda tem apontado e exigido o caminho certo ao nível da UE: o avanço, antes que seja tarde demais , da UE para o federalismo europeu e a consequente formação da UEUE -União dos Estados Unidos da Europa. 
  • E estamos confrontados actualmente com esse dilema: ou a UEUE, ou o desmembramento da UE. No caso de a UE demorar a encontrar o único caminho que pode viabilizar a união económica e monetária europeia, então  saibamos sair da "nau catrineta" da UE que anda à deriva, e está prestes a encalhar com um grande rombo,  e saibamos saltar em tempo,  para a nossa "caravela"  herdada dos tempos do nosso timoneiro Infante D. Henrique!   

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