quarta-feira, 2 de maio de 2012

CARO ANTÓNIO JOSÉ SEGURO (E QUEJANDOS): COM REZAS, APELOS E MEDITAÇÕES NÃO VAMOS A LADO ALGUM !

Rezas, orações, meditações, serão caminhos propiciadores de alguma solução para a resolução dos problemas  relacionados com a crise da dívida soberana europeia e com os défices orçamentais, que afligem os países periféricos como Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália, ...
Claro que não! 


E apelos aos governantes para enveredarem por políticas económicas de animação da economia  por forma a gerarem a criação de postos de trabalho, ou pelo menos para estancar o crescimento sem fim do desemprego?
Não adiantam nada!
Vejamos o caso português!


O Governo PSD / CDS derivou de eleições legislativas nas quais obtiveram a maioria dos votos expressos (os únicos que contam independentemente das baboseiras de quem defende ingenuamente e a título de protesto, ou mesmo por que interpretam o voto como um direito e não como um dever ético-constitucional,  a abstenção ou o voto em branco), e invocam dessa forma a legitimidade para adoptarem as políticas económico-sociais que estão a arruinar a economia portuguesa, as PME e as famílias.

De facto o PSD/CDS tiveram a maioria por que juraram aos eleitores que aumentar impostos ou espoliar rendimentos dos trabalhadores e reformados "jamais"!  Eles prometeram uma política de desenvolvimento e de emprego, mas começaram a governar e logo aplicaram políticas contrárias a essas promessas. E porquê?

Por que querem destruir o Estado Social (ensino público, saúde pública e segurança social pública)  e torna-lo um Estado Mínimo (privatizar o ensino, a saúde e a segurança social).

Não se trata de não saberem que com as políticas adoptadas, provocam mais falências das PME, mais desemprego e atiram as famílias para a insolvência total. Não é por acaso que este Governo PSD / CDS está 100% alinhado com as políticas de austeridade impostas pela Senhora Merkel!
E a Srª Merkel sabe muito bem que com essas políticas de austeridade, a par da exigência do rápido reequilíbrio dos défices orçamentais, o que está a querer provocar (e está a consegui-lo) é o fim do Estado Social nesses estados da zona euro, é querer impor a ferro e fogo (custe o que custar) o fim do Estado-Providência e implantar em seu lugar o "laisser faire laisser passer" da mão invisível de Adam Smith.


Contra estas medidas de índole ideológica, só a luta política pode ser eficaz, e será eficaz se os partidos políticos que reivindicam a luta contra o desemprego, através da animação da economia, do bom investimento público (investimento com benefícios económico-sociais positivos) e da animação também do investimento privado, conseguirem ganhar as eleições legislativas nacionais e europeias.


Por isso a Srª Merkel está aterrorizada com a possível derrota eleitoral de son ami Sarkozi!
A Srª Merkel não quer permitir nem o financiamento directo do BCE aos estados da zona euro, nem os "eurobonds", .porque a Srª Merkel entende que o melhor caminho para acabar com o Estado do Bem Estar Social , é mesmo a imposição de medidas de austeridade violentas, a par dos resgates financeiros, e do aprofundamento da crise da dívida soberana dos países em causa. 

Esse objectivo da Srª Merkel, (da Alemanha neo-liberal) sobrepõe-se aos objectivos de criação de emprego e de desenvolvimento económico-social. A Srª Merkel se fosse sócio-culturalmente possível mandaria sem hesitar os Governos dos países em dificuldades, mandarem gasear os seus  desempregados e os seus reformados, e estes obedeceriam sem hesitar (pois comungam dos mesmos objectivos ideológicos neo-liberais), embora dissessem publicamente que esses cidadãos iam para campos de trabalho (como sucedeu aliás na Alemanha Nazi).  

Eis a razão por que Passos Coelho já nos disse que tínhamos de nos habituar (nós portugueses) a conviver com elevadíssimas taxas de desemprego, pois esse elevadíssimo desemprego é deliberadamente provocado pela política da Srª Merkel e dos Governantes nacionais em nome da destruição (por eles considerada fundamental ) do Estado do  Bem Estar Social (do Estado providência), para no seu lugar existir apenas o investimento privado (que vai tardar a aparecer) e a economia de mercado liberal  (daí o lema: "melhor estado menor estado").

A Srª Merkel e os Governantes (no nosso caso PSD/CDS) sabem muito bem que poderiam combater o défice orçamental reduzindo as mordomias DOS INTERESSES PARTICULARES INSTALADOS Á MESA DO ORÇAMENTO: acabando com os "baronetes" nos gabinetes ministeriais, acabando com as transferências de milhares de milhões para as grandes empresas públicas e privadas, acabando com os hiper salários dos gestores das grandes empresas públicas, ...
Mas não querem ir por esse caminho. Vão assim pelo caminho de retirada de direitos (totais se possível) dos trabalhadores e dos reformados, e pela transferência de dinheiros públicos para as mãos privadas. Não se trata de políticas erradas, trata-se de políticas económicas necessárias para destruir o Estado Social e para erguer em seu lugar um Estado Liberal, ou seja uma Economia de Mercado, muito diferente da economia social de mercado a que estamos habituados!


Por isso caro António José Seguro: nada de rezas, de meditações ou de apelos ao Sr. Primeiro Ministro. O essencial é mesmo esclarecer os cidadãos, que a Srª Merkel e o Governo PSD/CDs não hesitam em espezinhar a economia portuguesa e os portugueses em nome da sua ideologia neo-liberal. A tal ideologia que conduziu à crise do SUBPRIME nos EUA e aos buracos fraudulentos do BPN  e dos défices ocultos da Madeira, curiosamente todos provocados por barões do PSD!  


O Sr. Primeiro Ministro só tem um objectivo e uma missão (ideológica) que é destruir ao máximo o Estado Social e não hesita nem hesitará (custe o que custar) perante a miséria económico social  reinante no nosso país. Está disposto custe o que custar a destruir a economia, a levar à falências as PME, a ter taxas de desemprego superiores a 20%, mas não se desvia do seu caminho alinhado com o caminho da Srª Merkel: tornar irreversível o caminho para a destruição do Estado Social.


Mas não tenhamos dúvidas, tudo  seria mais simples para a Srª Merkel e para os Governantes nacionais alinhados com a sua política de destruição do Estado Social, custe o que custar, com o "gaseamento" ou com a "Bomba de neutrões" em cima dos desempregados e reformados! :) 

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