sábado, 24 de novembro de 2012

Deus -amor implica a existência do Diabo (Deus-ódio)!

A existência de um Deus (omnipotente, omnisciente, omnipresente) é matematicamente impossível, com a coexistência do livre arbítrio dos seres humanos, coma democracia (independentemente da sua forma: meramente representativa ou directa e participada), ..., a não ser que se assumisse que Deus é o culpado e o cúmplice de tudo o que acontece, independentemente de ser bom ou mau.

De facto Deus (omnipotente, omnisciente, omnipresente) só faria sentido numa convivência de "poder absoluto" com tudo o demais, não podendo ser possível invocar o livre arbítrio em circunstância alguma, já que admitir o livre arbítrio seria negar a omnipotência de Deus, ou seja seria negar Deus.

Os seres humanos terão começado a sua emancipação do poder absoluto, da omnipotência, de Deus no momento em que Abraão ficou com o poder de permitir que o seu filho vivesse, pois a partir desse momento, os pais deixaram de reconhecer o direito a Deus (deixaram de o considerar omnipotente, deixaram de o considerar Deus) para lhes exigir o sacrifício da vida dos seus filhos, só para manifestarem a sua submissão absoluta ao seu poder omnipotente, o qual deixou de ser admitido ...

Curioso que a existência de vários DEUSES, resolve de certa forma a incongruência matemática e de facto, entre o livre arbítrio e a omnipotência (e Deus). Ao considerarem o DEUS das Tempestades; o Deus Sol, o Deus das Guerras, os Deuses da paz e do amor, ..., acabava por ficar superada a contradição actual imposta pela crença num Deus único! 
É que se DEUS é amor, então dada a sua omnipotência, tudo só poderia ser amor, pois tudo emana de Deus, logo Deus amor, só pode emanar amor (nada de guerras, nada de exploração do homem pelo homem, nada de capitalismo, nada de classes sociais, nada de democracia (pois o amor seria indiscutível) , ...

Deus é amor, implica que só existe amor, pois a partir do momento em que existir maldade, ricos versus pobres, guerras, ..., estará posto em causa o amor universal como manifestação de DEUS AMOR, já que sendo Deus omnipotente, existir a maldade seria negar a existência do Deus Amor, seria negar a omnipotência do amor, isto é o amor deixaria de ser omnipotente, o que seria o mesmo que dizer que Deus não é amor!

Mas Deus não pode ser Deus- amor e Deus-maldade ao mesmo tempo, pois sendo Deus omnipotente, só pode de facto ser tudo: não só amor, não só ódio, não só bondade, não só maldade... e o recurso ao Diabo para assumir todas as culpas do mal, arrasta consigo a negação da omnipotência de Deus (ou seja à negação de Deus). Daí que se tenda a considerar que o Diabo tem um poder diabólico ..., e no terreno ficam então o poder do Bem (Deus -amor) e o poder do Mal (Deus-ódio ou Diabo).

 Dois deuses (um deles diabo) dá jeito às Igrejas para meter medo aos crentes (só os que estão do lado do Deus- amor terão o paraíso, os que se deixam submeter pelo "poder" do Diabo vão para o inferno. 
Passa então a haver um Reino dos céus e um reino dos Infernos, mas deixa de haver um Deus omnipotente, ou seja deixa de haver Deus! Haverá então quando muito um Deus no paraíso, e um Deus (o Diabo) no Inferno, mas na terra estaremos afinal nós com todos os nossos defeitos e virtudes, fazendo coisas boas, menos boas e até más!

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